quarta-feira, 1 de maio de 2013


COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL
Lidia Maria Kroth
Até que ponto estará o Orientador realmente consciente do seu papel, dos seus direitos e dever? A consciência de si, e da realidade concreta que o cerca, o conhecimento de seu papel frente a esta realidade, vão dar validade e significação à historiado homem. No entanto, o homem nasce dentro de um mundo já interpretado e criado. Este fato propicia certa alienação e despreocupação com a análise e reflexão deste mundo. 
Segundo Heloisa Lück (1982), “o homem se torna acrítico, mais receptor que transmissor, mais paciente que agente. É necessário interferir neste contexto. Sendo assim, cabe à educação, estimular e promover a formação da consciência, ou seja, estabelecimento de identidade pessoal do homem e compreensão de seu relacionamento com o mundo. Este processo não pode ser considerado acabado e sim entendido como dinâmico e um constante “dever ser”. Deve despojar-se de preconceitos e subjetividade.”
A autora cita alguns elementos que interferem na formação da consciência:
  • Intencionalidade – predisposição do indivíduo de compreender, interpretar e explicar os fatos;
  • Capacidade perceptiva – quanto mais adequada e objetiva for a capacidade de percepção, maior será a correspondência da consciência com o fato real;
  • Operações mentais – determinam a superioridade, flexibilidade e nível de conscientização;
  • Historicidade e temporalidade – estabelecem o espírito da consciência e do ato consciente;
  • Julgamento moral – os valores formam parte primordial da consciência que a pessoa elabora de si e do seu mundo.
Mosquera (1978) afirma que “a vida autêntica inicia quando nos negamos a permanecer na alienação e na desumanização e caminhamos rumo a uma vida consciente, autêntica e mais humana. O processo educativo deve ter como função primordial à formação da consciência do indivíduo, entendida como conscientização do homem enquanto homem e não orientado por uma ideologia política. Não se trata de doutrinação, mas sim ensinar a pensar e não, o que pensar. Deve possibilitar ao homem aumento de sua capacidade e liberdade de escolha.”
Conforme as citações acima, o homem tendo uma maior consciência de si torna-se um ser crítico, atuante e transformador do mundo que o cerca sendo importante a observação de tudo o que está ao ser redor.
Algumas vezes a atuação do Orientador Educacional é comprometida pela imagem formada ao longo dos anos. Isto se torna mais sério quando se sabe que a consciência de si não é feita isoladamente, mas através de relações. Por outro lado, o Orientador deve ter o cuidado de não ser o doutrinador, no sentido de determinar a consciência crítica dos alunos.
O sentimento de identidade do homem inicia quando ele concebe o mundo exterior como coisa separada e independente dele, quando começa a tomar consciência de si mesmo, como sujeito de suas ações, quando é capaz de dizer,  EU SOU.
Referindo-se ao papel do Orientador Educacional, Alzira Tenfen da Silva (1981), relaciona, a partir da posição de diversos autores, alguns dos papéis a ele atribuídos, tais como:
  • Especialista – prioridade ao aconselhamento psicopedagógico.
  • Generalista – orientação de grupo, registro de alunos, sessões de aula, aplicação de testes, organização de classes, fichas cumulativas, etc.
  • Monitor – orientação centrada no aluno.
  • Assessor – orientação centrada no contexto.
  • Consultor e assessor – assessoramento de pessoas e pequenos grupos, consultando professores, diretores, pais e outros.
  • Agente de mudança – revisão crítica.
  • Profissional de ajuda – ajuda assessoramento.
  • Catalizador – o indivíduo realizando seu próprio papel.
  • Conselheiro e guia pessoal do aluno.
  • Agente de informações sobre oportunidades educacionais e ocupacionais.
  • Orientador da vocação do aluno.
  • Mediador entre comunidade escolar e familiar.
  • Membro do grupo profissional.
A identidade do Orientador Educacional como um profissional e o seu posicionamento frente à vida são fatores que caracterizam o desencadeamento do processo de Orientação.
Se toda identificação profissional pressupõe reforço de valoração, supõe-se que o Orientador Educacional vivencie valores pessoais na sua atuação. Crenças, valores, atitudes da pessoa, ao serem associados com elementos comportamentais comuns a uma determinada profissão, delineiam um perfil profissional.
Na medida em que houver maior coerência entre os valores pessoais e expectativas sociais, a identidade profissional é mais consciente. Neste sentido, quanto mais clara e precisa a definição das metas da profissão, mais objetivo e definido será o desempenho deste profissional.
O Orientador Educacional, por sua vez, está confuso. Talvez essa confusão se deva às razões históricas de seu surgimento ou razões funcionais pelo fato de sua classe ser considerada uma subclasse dentro da classe maior do magistério, gerando assim conflitos de papéis.
Dá-se o conflito de papéis quando o Orientador Educacional não consegue realizar o que é de sua competência e realiza atividades incompatíveis com sua formação.
O posicionamento do Orientador Educacional deve incluir uma ética profissional, debatendo questões práticas, capazes de suscitar-lhe operações de pensamento que o desafiam e levam à reflexão e à pesquisa em busca de uma autêntica identidade apoiada em valores significativos.
Diversas experiências auxiliam no levantamento desta hipótese e acredita-se que o espaço existe, basta que os profissionais se disponham realmente. Cabe enfatizar que o desempenho do papel do educador faz com que sua proposta seja, efetivamente, na educação.
Em toda a ação do Orientador Educacional é necessária uma reflexão contínua sobre a realidade que o cerca, possibilitando-lhe um posicionamento profissional mais adequado. Ter sempre presente em suas atividades os princípios que servem de suporte ao processo de orientação, levando-o a uma ação mais consistente e coerente.

O Orientador Educacional, muitas vezes, não tem condições de realizar todas as tarefas que lhes são pertinentes, correndo o risco de tornar-se generalista, ou de esvaziar sua ação, a ponto de torná-la irrelevante na escola. 
De acordo com Saviani (1980), “... a especialidade no campo educacional, como toda especialidade, só faz sentido na medida em que a área básica não seja perdida de vista... a especificidade da Orientação Educacional é apenas... a divisão no plano de educação...”.
Orientadores Educacionais são antes de tudo, educadores, e a finalidade de toda e qualquer ação orientadora é educativa.
Se a escola é uma instituição que tem por finalidade ensinar bem à totalidade dos alunos que a procuram, Orientador Educacional têm por função fundamental mobilizar os diferentes saberes dos profissionais que atuam na escola, para que a escola cumpra a sua função: que os alunos aprendam.
Partindo da condição comum de educadores, cada um desempenha tarefas específicas, capacitado pela habilitação específica, cujo sentido é dado pelos fins comuns.
A investigação sobre a realidade vivencial do aluno e sua percepção desta realidade deve ser o ponto de partida e o fio condutor do processo pedagógico.
O Orientador Educacional que, através da investigação sobre a realidade, percebe que no processo de ensino-aprendizagem estão em jogo inúmeras relações, compreende que as relações na escola não são um fim em si mesmo, mas meio para que o aluno aprenda e amplie o seu conhecimento sobre “relações de ajuda”, passando a trabalhar as diferentes relações, que podem influenciar para que o aluno aprenda.
O desenvolvimento de uma concepção crítica de educação comprometida com a realidade social e com sua transformação não prescinde do planejamento. Planejar envolve, em sua base, compreender a realidade em todos os seus desdobramentos, tanto de tempo, quanto de espaço.
Segundo Heloísa Lück  (1991), “Planejar a Orientação Educacional implica delinear o seu sentido, os seus rumos, a sua abrangência e as perspectivas de sua atuação. Vale dizer que esse planejamento envolve antes de tudo, uma visão global sobre a natureza da Educação, da Orientação Educacional e de suas possibilidades de ação”.
Durante a década de 80, o sentido da Educação e da Orientação Educacional foi questionado, a tal ponto que grande parte das obras publicadas na área evidenciaram um resultado muito maior de menosprezo ao papel da escola como agente de Educação e de estabelecimento da anti-orientação educacional do que de explicitar sua natureza e configurar as possibilidades de sua atuação.
Na definição da anti-orientação, o que se observou foi a construção de uma visão negativa e de uma generalizada atitude de desconsideração a tudo quanto o orientador educacional realizava nas escolas e a tudo quanto era definido na literatura a respeito. Assim, as funções da Orientação Educacional passaram a ser condenadas por serem vistas como tecnicistas, simplistas e limitadas em sua visão e alcance.
De fato, as ações da área tinham horizontes limitados e necessitavam de revisão que viesse a dar à Orientação Educacional um sentido diferente, mais comprometido com a escola com um todo e com a realidade social do aluno. Como resultado, a Orientação Educacional ganhou um discurso político para direcionar seu trabalho, mas perdeu a força da ação.
É importante, ter em mente, que de nada valem as boas idéias, se não vierem a revestir ações que as ponham em prática.

A Orientação Educacional tem certas funções (ações) clássicas a serem desempenhadas no contexto pedagógico em que estejam inseridas, funções essas cujo sentido não é estático, mas sim, transforma-se continuamente, em razão da interação múltipla de variados fatores, que ocorre no processo dinâmico da prática social pedagógica.
Funções e Atribuições do Orientador Educacional
Educação Infantil
A Orientação Educacional na Pré-Escola é muito importante no contexto escolar pelo papel que exerce junto à comunidade escolar.
Oportuniza a visão criativa do profissional, na conscientização dos pais no dever de participar ativamente nas atividades escolares.
Desperta nos educadores, pais e professores, a necessidade da observação em todos os momentos da vida da criança.
Sugere programa de ação integrada entre pais, professores, orientadores educacionais que fortaleça a responsabilidade de todos na ação conjunta da educação.

Ensino Fundamental
A Orientação Educacional no Ensino Fundamental tem duas tarefas distintas a executar. São elas: uma correspondente as quatro primeiras séries e a outra, às quatro últimas séries.
As atribuições do Orientador Educacional no Ensino Fundamental são:
•Desenvolver junto ao educando, crianças que, são um trabalho de adaptação dos mesmos no ambiente escolar;
•Desenvolver nos educandos, atitudes de otimismo e admiração com o mundo que os cerca;
•Propiciar atividades que favoreça a socialização, a confiança em si e nos outros, a iniciativa e a criatividade dos educandos;
•Deve dirigir as vistas dos educandos para os horizontes do mundo, para que descubram, com encanto, o próximo, em movimento de distanciamento dos dois centros que são o lar e a escola;
•Habituá-los a viver e a conviver no ambiente escolar para que no mesmo se ajustem e melhor revejam suas potencialidades, a fim de melhor serem atendidos e orientados;
•Observar os educandos quanto às suas peculiaridades de comportamento e temperamento, com a cooperação dos professores;
•Nas últimas quartas séries de Ensino Fundamental, o Orientador deve dedicar-se com mais afinco à exploração e desenvolvimento das aptidões e preferências do educando. Vê-se, então, a necessidade de se intensificar o funcionamento das atividades extras-classes, bem como as oportunidades de visitas, excursões e estágios, para que aptidões e preferências tenham mais oportunidades de se manifestarem e se desenvolverem;
•Revelar profissionalmente, o mundo do trabalho, uma vez que o educando, deva fazer a opção de curso profissionalizante;
•Cuidados que fazem necessários como a educação sexual e a formação moral, pois existe o advento da crise pubertária e o despertar do espírito crítico.

Ensino Médio
O Ensino Médio tem por objetivo proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades com elementos de auto-realização, preparação para o trabalho e o exercício consciente da cidadania.
Preocupa-se em esclarecer quanto à formação profissional, além, da incumbência de melhor orientar o jovem numa formação profissional.
Tem a preocupação de orientar quanto às aptidões, tipos de profissões para os níveis técnicos ou universitários.

As atribuições do Orientador Educacional no Ensino Médio são:
•Realizar serviço integrado com o Serviço de Supervisão Escolar, visando o acompanhamento do rendimento escolar do aluno;
•Participar dos Conselhos de Classe dando aconselhamento psicopedagógico oferecendo e coletando informações;
•Propor atividades que favoreçam as relações interpessoais, aluno x professor e aluno x aluno e demais elementos da escola;
•Participar da elaboração do Plano do SOE e do Plano da Escola;
•Participar do critério para a constituição de turmas;
•Selecionar atividades e desenvolvê-las atendendo as necessidades dos alunos para melhor conhecimento de si e do grupo;
•Participar da compatibilização do Regimento Interno com a Legislação e Diretrizes propostas pelo currículo;
•Participar das atividades de sondagem para a elaboração do diagnóstico da população escolar e da comunidade;
•Participar da avaliação interna da Escola e do Serviço;
•Manter atualizado o dossiê do aluno;
•Assistir ao aluno individualmente ou em grupo em sessões programadas e sistemáticas;
•Programar e coordenar atividades de informação profissional, envolvendo professores, família e comunidade;
•Promover e/ou participar de reuniões e/ou sessões de estudo com professores;
•Manter-se informado sobre as necessidades do mercado de trabalho;
•Participar e acompanhar a execução de projetos e atividades especiais desenvolvidas na escola, oriundos de órgãos superiores;
•Manter-se atualizado em assuntos educacionais.

Aspectos Legais do Orientador Educacional no Contexto Educacional 
A Orientação Educacional no Brasil nem sempre aconteceu de forma sistemática na escola. Encontra-se suas raízes na Lei Orgânica do Ensino Industrial de 30 de janeiro de 1942 e no Decreto Lei nº 4244 de 04 de abril de 1942 que estabelece as diretrizes para a Orientação Educacional como função de encaminhar os alunos nos estudos e na escolha da profissão, sempre em entendimento com sua família. Porém, em seu artigo 50, a Orientação Educacional é concebida como um processo de adaptação do sujeito ao meio visando os problemas dos alunos, seus desvios que perturbam a vida da escola.
Com o passar dos anos, o Orientador Educacional continuou a dirigir sua atenção ao aluno “irregular”, tendo que, “corrigir, encaminhar, isto é, adaptar o aluno a rotina da escola, ao invés de dirigir a sua ação ao processo integral de desenvolvimento da atividade educativa. Desta forma, se efetivava as intenções do Decreto Lei nº 4073/42 que reduz as funções da Orientação Educacional às atividades isoladas do contexto da escola, reduzindo-a a um veículo escolar repudiado por alunos e professores.”
Em dezembro de 1968, em Brasília, foi aprovada a Lei nº 5564 que provê sobre o exercício da profissão do Orientador Educacional. A promulgação da Lei em 21 de dezembro de 1968 significou um avanço na definição e profissionalização do Orientador Educacional.

Até a década de 70, em todo nosso país, a Orientação Educacional se apoiou num referencial basicamente psicológico reforçando a ideologia de aptidões.
Com a Lei 5692/71, a Orientação Educacional passa a ser obrigatória no Ensino de 1º e 2º graus, para atender o objetivo de “qualificação para o trabalho” e de “sondagem de aptidões”. O artigo 10 refere-se: “Será instituída obrigatoriedade a Orientação Educacional nas escolas, incluindo Aconselhamento Vocacional, em cooperação com os professores, a família e a comunidade”.

A partir das determinações desta lei, a Orientação Educacional desenvolve a sua prática nas escolas, baseada no autoconhecimento, nas relações pessoais, sondagem de aptidões e interesses, informações sobre as profissões e mercado de trabalho. As técnicas de aconselhamento, entrevistas, aplicação de testes, inventário de interesses, sociogramas, atendimentos a problemas disciplinares pautam a  ação cotidiana do Orientador Educacional.
Portanto, em 26 de setembro de 1973, é assinado o Decreto nº 72.846 regulamentando a Lei nº 5.564, de 21 de dezembro de 1968 que provê sobre o exercício da profissão de Orientador Educacional.

DECRETO Nº 72.826 – DE 26 DE SETEMBRO DE 1973
O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 81, item III da Constituição, decreta:  
Art. 1º - Constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao educando, individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º e 2º graus, visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o para o  exercício das opções básicas.
Art. 2º - O exercício da profissão de Orientador Educacional é privativo:
I – Dos licenciados em Pedagogia, habilitados em Orientação Educacional, possuidores de diplomas expedidos por estabelecimentos de ensino superior oficiais ou reconhecidos.
II – Dos portadores de diplomas ou certificados de Orientador Educacional obtidos em cursos de pós-graduação, ministrados por estabelecimentos oficiais ou reconhecidos, devidamente credenciados pelo Conselho Federal de Educação.
III – Dos diplomados em Orientação Educacional por escolas estrangeiras, cujos títulos sejam revalidados na forma da lei em vigor.
Art. 3º - É assegurado ainda o direito de exercer a profissão de Orientador Educacional:
I – Aos formandos que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei nº 5692/71, na forma do art. 63, da Lei nº 4024, de 20 de setembro de 1961, até a 4ª série do ensino de 1º e 2º graus.
II – Aos formandos que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei nº 5692/71, na forma do art. 64, da Lei 4024, de 20 de setembro de 1961, até a 4ª série do ensino de 1º grau.
Art. 4º - Os profissionais de que tratam os artigos anteriores, somente poderão exercer a profissão após satisfazer os seguintes requisitos:
I – Registro dos diplomas ou certificados no Ministério da Educação e Cultura.
II – Registro profissional no órgão competente do Ministério da Educação e Cultura.
Art. 5º - A profissão de Orientador Educacional, observadas as condições previstas neste regulamento, se exerce, na órbita pública ou privada, por meio de planejamento, coordenação, supervisão, execução, aconselhamento e acompanhamento relativo às atividades de Orientação Educacional, bem como por meio de estudos, pesquisas, análises, pareceres compreendidos no seu campo profissional.
Art. 6º - Os documentos referentes ao campo de ação profissional de que trata o artigo anterior só terão validade quando assinados por Orientador Educacional, devidamente registrado na forma desse regulamento.
Art. 7º - É obrigatório à citação do número de registro de Orientação Educacional em todos os documentos que levam sua assinatura.
Art. 8º - São atribuições privativas do Orientador Educacional:
a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional em nível de:
- Escola
- Comunidade
b) Planejar e coordenar a implantação do Serviço de Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Estadual, Municipal e Autárquico; das Sociedades de Economia Mista, Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.
c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao processo educativo global.
d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando.
e) Coordenar o processo de informação profissional e educacional com vistas à orientação vocacional.
f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao conhecimento global do educando.
g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial.
h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.
i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, satisfeitas as exigências da legislação específica de ensino.
j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.
k) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional.
Art. 9º - Competem, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições:
a) Participar no processo de identificação das características básicas da comunidade.
b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar;
c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola;
d) Participar na composição, caracterização e acompanhamento de turmas e grupos;
e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos;
f) Participar do processo de encaminhamento e acompanhamento dos alunos estagiários;
g) Participar no processo de integração escola-família-comunidade;
h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional.
Art. 10º - No preenchimento de cargos públicos, para os quais se faz mister qualificação de Orientador Educacional, requer-se, como condição essencial, que os candidatos hajam satisfeito, previamente, as exigências da Lei nº 5564, de 21 de dezembro de 1968 e deste regulamento.
Art. 11º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
(D.O. U. de 27-9-1973)
A Lei 9394/96 mantém as propostas anteriores”.

Princípios e Objetivos da Orientação Educacional
Ver o educando em sua realidade bio-psico-social, com todo o respeito e consideração, a fim de que, a partir dessa realidade, se possa erigir uma personalidade ajustada, segura de si e compreensiva.
Em reforço ao primeiro princípio, respeitar o educando em sua realidade, qualquer que ela seja.
Realizar trabalho de orientação, sem criar dependências, mas orientar para a autoconfiança, independência, autonomia e cooperação.
Em se querendo que o educando seja independente e respeitador, sensibilizá-lo para a necessidade de também respeitar os seus semelhantes.
O trabalho de Orientação exige o maior número possível de informes a respeito do educando, o que deve ser diligenciado por todos os meios.
Assistir todos os educandos, desde os mais aos menos carentes, bem como os que não revelarem carências.
Dar ênfase aos aspectos preventivos do comportamento humano, uma vez que é muito mais fácil evitar um acidente do que se recuperar do mesmo. Este princípio guarda analogia com outro de natureza médica e que diz: “um grama de prevenção vale mais que uma tonelada de curas”. Assim, o ideal será a Orientação Educacional agir, preferencialmente, de maneira profilática do que curativa.
Estabelecer um clima de confiança e respeito mútuo, incentivando a procura espontânea do Serviço de Orientação Educacional, logo que a dificuldade ou uma dúvida surja na vida do educando, antes que a mesma tome vulto e desoriente.
Procurar envolver todas as pessoas com o processo de educação, como diretor, professores, pais, serventes, etc., para que todos cooperem com a Orientação Educacional, no sentido de ajudá-la a melhor ajudar o educando.
A Orientação Educacional deve ter muito cuidado em formular juízos a respeito do educando, não esquecendo que este é um ser em evolução, em marcha para a maturidade e que uma série de fatores pode estar influenciando-o para que ocorra o comportamento anormal que tem apresentado.
A Orientação Educacional deve ser levada a efeito como um processo contínuo e não como ação esporádica dos momentos em que faltarem professores ou que surgirem dificuldades maiores. Deve ser trabalho planejado para todo o ano letivo, sem aquelas características de tapa-buraco.
A Orientação Educacional tem de trabalhar em estreito entendimento com a direção. Jamais em sentido de subserviência ou petulância, mas em sentido de cooperação, compreensão e respeito mútuo.
A Orientação Educacional não deve se envolver em pequenas questões entre educandos e professores. Ocorrências conflitivas de pouca intensidade são, até certo ponto, naturais. Assim, problemas que não ultrapassem certos limites devem ser deixados para que os próprios professores os resolvam.
A Orientação Educacional deve agir, também, como órgão de estudo e de pesquisa de medidas que levem à superação de dificuldades de natureza disciplinar, não devendo, porém nunca, funcionar como “órgão disciplinador”. Deve, sim, agir como órgão que leve todos a tomarem consciência do grave problema da disciplina, que está inutilizando o trabalho de muitas escolas.
Ressaltar que a Orientação Educacional precisa dar muita atenção ao serviço de anotações, que deve ser o mais perfeito possível, a fim de que dados a respeito de um educando estejam sempre a mão e atualizados.

A Orientação Educacional deve estar aberta para a realidade comunitária, a fim de que o seu trabalho esteja articulado com o meio, para melhor ajudar o educando a integrar-se no mesmo.

A Orientação Educacional deve esforçar-se para criar na escola um clima de comunidade e sensibilizar a todos, quanto à necessidade de que cooperem em suas atividades, com entusiasmo, respeito e solidariedade.

A Orientação Educacional não deve esquecer-se de estimular ao máximo a iniciativa do educando, principalmente, através de atividades extraclasse, empenhando-a na realização com verdadeiro engajamento, que ajudará na explicitação de suas virtualidades, na conquista da autoconfiança e na revelação de suas capacidades de liderança.

Objetivos da Orientação Educacional
Orientar o educando em seus estudos, a fim de que os mesmos sejam mais proveitosos.
Como complementação do primeiro objetivo, ensinar a estudar. É impressionante a quantidade de educandos de todos os níveis que se perdem nas obrigações escolares por não saberem estudar, com desperdício de tempo e energia.
Este objetivo é dos mais importantes e cuja efetivação deveria ter início no Ensino Fundamental e continuar por todos os níveis de ensino. Ensinando o educando a estudar em função do nível de ensino que estivesse cursando, pois muitos fracassos escolares são devido ao fato do educando não saber estudar, com desperdício de tempo e esforço, conduzindo, o educando a abandonar os estudos. Assim, é importante, que desde o início da escolaridade intelectual, a Orientação Educacional ensine o educando a estudar, através de sessões destinadas a todos os educandos de uma classe.
Discriminar aptidões e aspirações do educando, a fim de melhor orientá-lo para a sua plena realização.
Auxiliar o educando quanto ao seu autoconhecimento, à sua vida intelectual e à sua vida emocional.
Orientar para o melhor ajustamento na escola, no lar e na vida social em geral. É fundamental a interação entre educando e professor, educando e seus colegas, bem como educando e sua família. É importante, também, que o educando saiba manter um comportamento adequado nas atividades fora da escola e do lar.
Formar o cidadão que alimente dentro de si um sentimento de fraternidade universal, capaz de fazê-lo sentir-se irmão, companheiro e amigo de seu semelhante em todas as circunstâncias da vida.
Trabalhar para a obtenção de um melhor cidadão, por parte do educando, para que este seja um membro integrado, dinâmico e renovador no seio da sociedade. Enfim, desenvolver ação para que se obtenha o cidadão consciente, eficiente e responsável.
Levar a efeito melhor entrosamento entre escola e educando, com benefícios compensadores quanto à disciplina, formação do cidadão e rendimento escolar.
Prestar assistência ao educando nas dificuldades em seus estudos ou relacionamentocom professores, colegas, pais ou demais pessoas.
Levar cada educando a explicar e desenvolver suas virtualidades.
Prevenir o educando com relação a possíveis desajustes sociais, que sempre estão eclodindo na sociedade, como fruto de uma dinâmica negativa de desagregação social.
Possibilitar aos professores melhor conhecimento dos educandos, oferecendo, assim, maiores probabilidades de entrosamento positivo entre  ambos e mais adequada ação didática por parte dos professores, a fim de ser obtido maior rendimento escolar.
Sensibilizar, de forma crescente, professores, administradores e demais pessoas que trabalham na escola, para que queiram melhorar suas perspectivas atuações, visando à melhor formação do educando.
Realizar trabalho de aproximação da escola com a comunidade, a fim de proporcionar ao educando maiores oportunidades de conhecimento do meio e desenvolvimento comportamental de cidadão participante.
Favorecer a educação religiosa, com suas perspectivas transcendentais, mas desvinculada do compromisso sócio-ideológico... O bem que a religião infunde pode levar a efeito, na busca da melhoria do funcionamento de qualquer regime, sem apelos ao ódio e destruição.
Trazer a família para cooperar de maneira mais esclarecida, eficiente e positivista na vida do educando.
Proporcionar vivências que sensibilize o educando para os valores que se deseja incorporar no seu comportamento.
Trabalhar para instaurar na escola um ambiente de alegria, satisfação e confiança para que se estabeleça um clima descontraído, evitando os temores, frustrações e humilhações.
Incentivar práticas de higiene física e mental, procurando conscientizar o educando em relação à importância e valor da saúde, que pode ser cuidada e preservada individualmente, educando por educando. 
Desenvolver admiração e respeito pela natureza, evitando depredá-la em quaisquer de seus aspectos: paisagem, fauna e flora.
Desenvolver atividades de lazer, podendo, algumas delas, em caso de necessidade, transformar-se em atividades profissionais. Neste particular, orientar o emprego adequado e higiênico de horas de folga.
Trabalhar para uma adequada formação moral do educando, imbuindo-o de valores éticos necessários para uma vida digna, humana e coerente, em que o respeito ao próximo deve ser o motivo principal.
Favorecer a educação social e cívica do educando, sensibilizando-o para a cooperação social e deveres comunitários. Neste particular, incentivá-lo para a melhoria da estrutura e funcionamento da vida social, sem a marca de destruição, alertando-o, pois em relação a certos movimentos de fundo comunitário que pregam, em nome do bem, o ódio, a morte, a violência e a destruição.
Comparação das Teorias de Desenvolvimento
Segundo a teoria de Piaget os quatro principais estágios de desenvolvimento humano são: sensório-motor – até aos dezoito meses, pré-operacional – dos dezoito meses aos sete anos, operações concretas – sete anos à adolescência e as operações abstratas – adolescência.
Na fase das operações concretas é a aplicação de princípios lógicos básicos ao domínio das experiências e eventos concretos não permitindo a interferência de suas percepções. Seus processos lógicos de pensamento organizam-se gradualmente numa rede cada vez mais complexa e integrada através da qual confronta e responde sistematicamente ao mundo que o cerca.
Em relação às operações formais o grande progresso que caracteriza o pensamento do adolescente e tem seu início aproximadamente aos 11-12 anos, mas provavelmente não alcance seu ponto de equilíbrio antes dos 14-15 anos consiste na possibilidade de manipular idéias em si mesmas, não mais em manipular simplesmente objetos.
A partir deste momento o jovem adolescente pode utilizar hipóteses, experimentar, fazer deduções e raciocinar do particular para o geral.
A diferença entre a fase de operações formais e a fase de operações concretas é que, na última as afirmações sobre o ambiente são baseadas nas relações entre objetos ou classes de objetos, enquanto na primeira o adolescente pode chegar a novas possibilidades através da combinação do previamente conhecido com o que é concluído.
Lewis atribui alguns aspectos importantes para o desenvolvimento da criança em idade escolar que são: maturação, lateralidade, desenvolvimento da personalidade, latência, relacionamento com os companheiros, preparação social, desenvolvimento cognitivo, etc.
Segundo Lewis “Algo acontece nitidamente no desenvolvimento da criança entre os seis e os onze anos de idade que sugere que tanto alguns aspectos quantitativos como qualitativos se consolidaram. Partes do desenvolvimento anterior parecem organizar-se quase subitamente passando a funcionar de modo fluente e integrado. A criança não só aprendem novas habilidades motoras – por exemplo, andar de bicicleta – como, em algum momento, talvez em torno dos nove anos, exerce-as muito à vontade: habilidade “estalou”, tornou-se automática e estabelecida, uma ação não deliberada sem exigir qualquer espaço ou concentração. A função da linguagem, da mesma forma, desenvolve-se melhor, e a criança torna-se mais capaz de pensar abstratamente. E, além disso, maturações fisiológicas são alcançadas nesta época.”
No que se refere ao desenvolvimento da personalidade tem-se como característica da criança em idade escolar, a capacidade para o pensamento, memória, fala e conceptualização é muito maior, é nesse estágio que certos conceitos de inevitabilidade se tornam estabelecidos
As manifestações comportamentais ocorridas durante o período de latência são alterações psicossexuais e psicossociais são modificadas por fatores culturais.
No período das relações com os companheiros, nos anos escolares, as amizades são estabelecidas, caracteristicamente com pessoas do mesmo sexo. 
Com relação ao desenvolvimento social, a criança também se conscientiza, nesse momento, de que existe hora para o brinquedo e hora para o que vai sendo, progressivamente, chamado de trabalho.
Considerações Finais
Educar é, antes de tudo, um ato de interioridade. É inclinar o homem para que leia dentro de si. É um apelo ao desabrochar do ser.
Educar significa realizar o homem em sua natureza autêntica, na integridade de suas verdadeiras possibilidade, em seu destino e plano de vida. O homem é pessoa e deve ser conduzido com toda a dignidade de pessoa, sem enxertos de outras que querem impor e fazer valer a sua pessoa no outro, distorcendo-o e despersonalizando-o. Educar é um processo individual e social de transformação perene das capacidades em habilidades, da ignorância ao conhecimento, dos impulsos aos ideais, do não ser ao ser atual.
Embora se possa saber como, quando e onde intervir e que essa intervenção produz mudanças, sabe-se também que tais mudanças não dependem apenas das ações pedagógicas. As atitudes dos jovens não dependem unicamente da ação da escola, mas tem intrincadas implicações de natureza tanto psicológica quanto social, nas relações de vida familiar e comunitária.
A grande tarefa da educação é recriar novos valores sublimes que mobilizem o homem a redefinir-se mais profundamente, a levar o homem a reencontrar-se em sua identidade autêntica como ser mais dimensionado. Todas as dimensões humanas são essencialmente convergentes e unificadoras.
Nos valores nobres do homem se encontra primeiramente a si mesmo, em sua profunda interioridade e dignidade. Depois, irradia-se circularmente na comunhão com o outro, seu próximo, por um humanismo plenificador e, por fim, transcende verticalmente para o sumo bem, único fundamento perene de todos os valores, direitos e deveres, plenitude e felicidade.
Ainda que vivendo num universo de transformação, em que apenas a lei da mudança parece não mudar, acreditei convictamente na capacidade de cada um em construir-se e reestruturar-se neste seu processo normal de criatividade.
Somos uma mina inexaurível de plenitudes, uma fonte de necessidades em busca do desabrochamento total de nossa humanidade.
Encontrar-se com a própria identidade e aceitar-se no que se é, a fim de tornar-se no que se pode e deve ser, na autenticidade da própria natureza, sempre será o princípio fundamental de partida de nossa formação e realização global.
SILVANA PRATA 20092208272
            

terça-feira, 30 de abril de 2013

O Papel do Supervisor Educacional, Orientador Educacional, Orientador Pedagógico e outras considerações


Por Aline C. Hoelz

                               A função do Supervisor Escolar pode ser entendida como um processo no qual um professor geralmente mais experiente conduz outro professor, tanto no seu desenvolvimento pessoal  e profissional, quanto na sua relação professor X aluno, no qual atua como mediador. Mais do que isso o SE deve ser visto como um parceiro da escola, aliado da gestão escolar, justamente pelo seu caráter articulador e mediador tem um profundo conhecimento sobre a comunidade escolar e uma ampla visão sobre a dinâmica dessa comunidade.
                               Além disso, o SE deve ser um colaborador do professor, contribuindo  com o seu desenvolvimento e com a construção do seu conhecimento, considerando suas vivências, reconhecendo suas necessidades e dificuldades, apoiando seu processo de transformação. Mas, para isso é necessário também que o SE tenha uma sólida formação na Educação, que seja um conhecedor de suas concepções para que seja um problematizador nas ações renovadoras e um auxiliar nos avanços individuais dos professores.
                               Nesse processo é importante que ele seja também um avaliador  não apenas dos professores, alunos, instituição, mas do conjunto (360 graus), o SE deve estimular a participação de todos no processo avaliativo, pois é necessário que todos percebam todos e se percebam no processo. 








                                                   







O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NA ESCOLAR

RESUMO

Este artigo tem como objetivo mostrar o papel do Orientador Educacional dentro da escola que por muito tempo vem sendo mais de pai e mãe de alunos do que o de Orientador propriamente dito. Segundo alguns autores que norteiam esta pesquisa procuraremos mostrar o verdadeiro papel do Orientador: sua história, a ética profissional e seu papel em suma mostrará um pouco do trabalho que se desenvolvido com clareza e seriedade terá um resultado satisfatório no fim do ano letivo quando se alcançar os objetivos propostos no planejamento do Orientador Educacional. Para que esse trabalho se concretize será realizada uma pesquisa bibliográfica.

Palavras chave: Orientador Educacional: Ética Profissional: Papel do Orientador.

ABSTRACT
This article aims to show the role of Educational Supervisor within the school that long has been more than father and mother of students at the Supervisor of itself. According to some authors that guide this research seeks to show the true role of Advisor: its history, the professional ethics and their role in short show a bit of work that are developed with clarity and reliability will have a satisfactory result at the end of the year when reaching the proposed objectives in the planning of Educational Advisor. For this work is completed will be done a literature search. Keyword: Educational Advisor: Professional Ethics: Role of the Advisor.



1. Introdução
                    
                     O olhar crítico para a história da humanidade revela, com muita clareza, que nenhuma sociedade se constitui bem sucedida, se não favorecer, em todas as áreas da convivência humana, o respeito à diversidade que a constitui.
Nenhum país alcança pleno desenvolvimento, se não garantir, a todos os cidadãos, em todas as etapas de sua existência, as condições para uma vida digna, de qualidade física, psicológica, social e econômica.
A educação tem nesse cenário, papel fundamental, sendo a escola o espaço no qual deve favorecer, a todos os cidadãos, o acesso ao conhecimento e o desenvolvimento de competências, ou seja, a possibilidade de apreensão do conhecimento historicamente produzido pela humanidade e de sua utilização no exercício efetivo da cidadania.
É no dia-a-dia escolar que crianças e jovens, enquanto atores sociais tem acesso a diferentes conteúdos curriculares, os quais devem ser organizados de forma a efetivar a aprendizagem. Para que este objetivo seja alcançado, a escola precisa ser organizada de forma a garantir que cada ação pedagógica resulte em uma contribuição para o processo de aprendizagem de cada aluno.
O presente artigo tem como objetivo divulgar a importância do papel do Orientador Educacional dentro da escola, oportunizando que todos sejam beneficiados com um trabalho de extrema necessidade nos dias atuais.

2. Um Pouco de História

Os objetivos da orientação educacional eram mais claros e precisos quando a mesma abordava a área de psicologia, á partir do momento em que houve mudança no enfoque.
Da orientação, dando ênfase nos aspectos sociológicos os mesmos deixaram de ser claro e precisos, sendo isto confirmado em lei que apresenta para a orientação uma diversidade de objetivos em suas atribuições.
Em outras palavras, devido a densidade de atribuições e funções, algumas vezes o orientador a ser visto como fora da esfera pedagógica tendo a orientação educacional colaboradora do processo pedagógico, observamos sua atuação hoje, atendendo nossos para paradigmas das ciências humanas e as novas necessidades do mundo moderno de forma clara e transparente.
O passado nos mostra a orientação educacional com um conceito terapêutico psicologisante. O ponto X da questão agora não é mais o ajuste do aluno á escola, família ou sociedade e sim para formação do cidadão. Existe, portanto, a necessidade de inserirmos uma nova abordagem de Orientação voltada à construção de um novo cidadão proposto a participar de forma mais consciente e comprometido com seu tempo e sua gente.
É também seu papel partir de uma Orientação voltada para o indivíduo e chegar a uma Orientação coletiva, participativa e contextualizada.

Podemos direcionar um novo paradigma para a Orientação Educacional, procurando compreender e ajudar o aluno inserido em seu próprio contexto, com sua cultura e seus valores.
Mas quando se fala em Orientação Educacional inúmeros conceitos vêm à tona, há uma indefinição quanto ao que se pretende da Orientação, o que é perfeitamente observável ao longo de sua trajetória.
Acredita-se, houveram duas fases inicialmente:
Uma fase Romântica em que se achava que a Orientação resolvia todos os problemas dos alunos e de quem estava envolvido direta e indiretamente com ele. Outra fase foi chamada Objetiva, em que a Orientação seria uma prestadora de serviços, de várias ordens e que não permitia que os alunos tivessem problemas.
A Orientação estava sempre atenta para esclarecer e mostrar a necessidade de dominar certos conceitos, normas e padrões para não haver problemas posteriores. O conceito chave é o da prevenção.
Estamos vivendo hoje, a fase Crítica, em que se vê o aluno como uma toda sua realidade, seu momento. A Orientação está sempre do lado do aluno, ajudando-o a compreender que naquele momento assinalado ele está vivendo a sua própria vida.

3. As Principais Atividades Desta Função São: Atividade Existencial, Terapêutica e de Recuperação.

1        - Atividade existencial a Orientação Educacional deverá atender educandos que precisam e querem orientação pessoal não apenas na vida escolar, mas na vida particular auxiliando em situações problemas, dúvidas, inseguranças e incertezas.
2        - Atividade terapêutica está voltada aos educandos com dificuldades de estudo ou de comportamento cujos casos precisam de uma assistência mais assídua e especializada.
3        - Atividade de recuperação refere-se aos educandos que apresentam um déficit definido de aprendizagem e que precisa de recuperação. Esta atividade deve ser exercida em parceria com a Supervisão Escolar. A recuperação não tem somente o objetivo de levar o educando a alcançar certas notas, mas pesquisar junto aos educandos as causas que os levaram a este estado de desinteresse, desorganização, conflito, desajuste e mau funcionamento na escola dentre outros.

 4. ÉTICA PROFISSIONAL (Princípios Éticos na atuação do Orientador Educacional)

Trabalho de um orientador educacional reveste-se de grande importância, complexidade e responsabilidade e, para que seja realizado a contento, exige-se muito desse profissional, não só em termos de formação, de atualização constante e de características de personalidade como também de comportamento ético.
Embora não haja um código de ética elaborado especificamente para o Orientador Educacional, como todo profissional, ele deve ter sua atuação pautada por princípios éticos. O comportamento ético em relação às informações sobre alunos, funcionários, e pessoas da comunidade, é um dos principais aspectos a serem considerados.
Como a interação do Orientador Educacional com os orientados se caracteriza pelo seu caráter de relação de ajuda, tanto o aluno pode expor, espontaneamente, fatos ou situações de cunho pessoal ou familiar, como o Orientador pode necessitar fazer indagações sobre a problemática em questão. Esses dados, por serem de fato sigiloso ou confidencial, não devem ser alvo de comentários com outras pessoas, quaisquer que sejam as circunstâncias. Esse cuidado é de vital importância porque a condição básica para o estabelecimento de uma relação de ajuda eficiente é a confiança.
O sigilo das informações constantes dos prontuários dos alunos deve ser igualmente preservado. Assim, questionários preenchidos com dados mais íntimos sobre o aluno e seus familiares; resultados de entrevistas e de testes e opiniões de professores sobre determinado aluno devem ser mantidos fora do alcance de pessoas que, propositada ou eqüidistante, neutro e procurar acirrar os ânimos, mas, sempre que possível, acalmar as partes, buscando o entendimento entre elas, negociando soluções que, ao contentar à todos, restabeleçam o necessário equilíbrio.
O mesmo comportamento ético deve ser observado quando alguns motivos, como busca de status, de poder ou de prestígio,acabem de manifestando e envolvendo os profissionais em disputos ou tramas pessoais. Nessas ocasiões, informações verdadeiras ou não podem ser usadas indevidamente para prestigiar ou prejudicar uns e promover ou favorecer outros.
É importante, ainda, ressaltar, além do comportamento profissional, alguns aspectos éticos de sua conduta pessoal, pois, devido a multiplicidade de interações que estabelece com as pessoas, que queira, quer não, ela acaba por tornar uma figura muito exposta, conhecida e visada, na escola e na comunidade. Ressalte-se, também que, ao interagir com pessoas de diferentes faixas etárias, status e nível sócio-econômico-cultural, seu comportamento estará sendo observado, podendo até vir a servir de modelo para alguns,o que vem aumentar uma  conduta ética irrepreensível. Portanto, o Orientador Educacional, deve Ter descrição em sua vida pessoal, em público, mesmo quando fora do local ou horário de trabalho, a fim de que sua imagem seja sempre preservada de comentários desabonadores ou comprometedores. Na instituição escolar, como um todo, dado a natureza do processo educativo, é importante que sejam observados princípios éticos e, em particular na área de Orientação Educacional, é imprescindível que tais preceitos sejam rigorosamente seguidos.
Os grupos sobrevivem quando estabelecem trocas com a coletividade num intercâmbio que leva ao mútuo enriquecimento. Assim o grupo constitui e consolida um código que lhe assegure a unidade. Todos os profissionais vivem esta dinâmica. Os direitos, os deveres, os privilégios os congregam, emprestam rigidez aos laços de união, reforçam os caracteres comuns. Pela formação de uma consciência profissional, pontos falhos poderão ser sanados e pouco a pouco teremos uma classe mais respeitada, conceituada e consolidada.

5. O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

A orientação educacional, assim como a supervisão escolar, tem recebido enfoques variados.
Tradicionalmente, o orientador educacional tem sido visto e tem - se visto como um profissional, cujo papel principal é atuar com os educandos. Assim é que a orientação é definida como um método pelo qual o orientador educacional ajuda o aluno, na escola a tomar consciência de seus valores e dificuldades, concretizando principalmente através do estudo, sua realização em todas as suas estruturas e em todos os planos de vida. Em vista disso, o mesmo faz levantamentos de dados (sondagem de aptidões), realiza sessões de orientação e de aconselhamento e desempenha uma série de funções de maior ou menor importância, relacionadas com a concepção  do atendimento ao educando.
Dentre todas essas atuações o aconselhamento tem sido considerado como a principal e mais importante. No entanto, a fundamentação, habilidade e eficácia de tal papel na escola têm sido largamente questionadas recentemente, face a dificuldade de o orientador educacional demonstrar, objetivamente, que, dedicando grande parte do seu tempo e contribui da melhor maneira possível para o atendimento da problemática do educando. Vejamos:
Os modelos e técnicas de aconselhamento utilizado em orientação educacional desenvolveram-se originalmente no âmbito da psicoterapia, e implicitamente assumem a noção de que o indivíduo e não o ambiente em que faz parte é que deve modificar-se, pois é ele, indivíduo, e não o ambiente que está perturbado, doente ou com problemas. De fato, observa-se facilmente a transposição de tal concepção em posições assumidas pelo orientador educacional na escola, posições estas que correspondem a expectativas de pessoas que participam do processo educativo. Por exemplo, o aconselhamento é mais comumente utilizado em casos relacionados com indisciplina (Lück, 1979) e a prática freqüente é do aluno ser encaminhado à orientação educacional com a expectativa implícita de que o mesmo seja modificado, corrigido. A suposição implícita é de que o aluno está a causa do problema. Tal procedimento não reconhece que, muitas vezes, comportamento inadequado do educando são causados, dentre outros, por disfunções ambientais como, por exemplo, currículos e programas inadequados às suas necessidades e condições individuais, regulamentos inflexíveis, ou insensibilidade de professores e adultos em geral à individualidade do educando.
Além da parcialidade com que vê a situação do aluno, tal posição assumida incorre em erro por chocar-se com os princípios do próprio aconselhamento quanto a aceitação e compreensão do educando.
 Os modelos e técnicas de aconselhamento desenvolveram-se principalmente mediante sua aplicação com clientes adultos e voluntários. A viabilidade de sua aplicação com outro tipo de população na escola, a criança e o adolescente geralmente não voluntários, necessita ser evidenciada  empiricamente.

No plano da argumentação lógica, questionam-se:
Que o relacionamento naturalmente desigual entre orientador educacional e aluno (adulto-criança, adolescente) deixe de influir no educando como tal, mormente em nossa cultura em que o adulto é naturalmente visto como autoridade pela criança, independentemente da posição que ocupe em relação a ela (Sheibe e Spaccaquerque,1976);
O aconselhamento individual e mesmo em grupo, como forma principal de atuação em orientação educacional, obriga a uma proporção relativamente pequena de alunos por orientador educacional. Idealmente esta proporção é de 450 alunos por orientador educacional nas escolas de ensino de 1º grau. Tal proporção, já considerada impraticável em países desenvolvidos como norma sistêmica, mais ainda é o entre nós, ainda mais considerando-se a crescente necessidade de expansão das redes públicas do ensino.
Numa escola com números elevados de alunos em  proporção a orientadores educacionais, em que se adotem as funções de aconselhamento como forma principal de atuação , ocorre certamente o atendimento de uns poucos alunos, ficando a maioria deles sem receber os benefícios da orientação educacional. Mais ainda, pressionados pelo tempo  limitado, dada a sobrecarga  de alunos, tentará o orientador educacional a abreviar a duração e o número  das sessões de aconselhamento com cada aluno e, inadvertidamente, o orientador poderá forçar um ajustamento prematuro e artificial.
O atendimento individual ao educando, que vem caracterizando a orientação educacional, fundamenta-se no pressuposto de que os educando tem necessidades especiais e que os professores não estão preparados ou não tem condições para atendê-las. Segundo esse enfoque o orientador educacional presta serviços na medida em que emergem as necessidades (Lück,1978).
Tal concepção de prestação de serviços e atendimento direto ao educando, de acordo com a emergência de necessidades psicoemocionais, parece Ter gerado uma mudança na abrangência e sentido do papel do professor em relação ao aluno. Observa-se, por exemplo, que, quando o professor percebe que algum aluno seu tem dificuldades especiais, encaminha-o para o orientador educacional a quem transfere a responsabilidade de resolvê-las. Ora, o professor é figura central na formação do educando. É ele quem forma o aluno o gosto ou desgosto da escola; a motivação ou não pelos estudos; o entendimento da significância ou insignificância das áreas e objetivos de estudo; a percepção de sua capacidade de aprender, de seu valor como pessoa, etc. Da qualidade do relacionamento interpessoal professor-aluno, de responsabilidade do primeiro, depende, dentre outras coisas, o ajustamento emocional do aluno em sala de aula e na escola. Portanto, não se concebe a eficácia de uma ação para sanas dificuldades dos alunos em sala de aula sem a participação do professor.
               Em vista dos problemas expostos, preconiza-se que o orientador educacional assuma funções de assistência ao professor, aos pais, às pessoas da escola com as quais os educandos mantêm contatos significativos, no sentido de estes se tornem mais preparados para entender e atender às necessidades dos educandos, tanto com relação aos aspectos cognitivos e psicomotores, como aos afetivos.


6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O centro de atenção máxima da escola deve ser o aluno. A escola existe em função dele, e, portanto, para ele. A sua organização em quaisquer dos seus aspectos, deve ter em vista a consideração do fim precípuo a que a escola se destina: a criação de condições e de situações favoráveis ao bem estar emocional do educando e o seu desenvolvimento em todos os sentidos: cognitivo, psicomotor e afetivo, a fim de que o mesmo adquira habilidades, conhecimentos e atitudes que lhe permitam fazer face às necessidades vitais e existenciais.
               Na promoção destas condições e situações um dos fatores mais decisivos é o Orientador. Suas atitudes, práticas, desempenhos promovem um impacto significativo no educando, pois elas influem na imagem que os educandos formam da escola, no processo educativo em geral, na imagem de si mesmos, e , é claro, em aspectos particulares de sua aprendizagem. Portanto, toda atenção deve ser dada ao desenvolvimento de atitudes, habilidades e conhecimento do Orientador para que possa promover um processo educativo relevante.



Referências Bibliográficas

GRISPUN, Mirian P. S. Z. Orientação Educacional: Conflitos de paradigmas e alternativas para a escola. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2006.




Entrevista


Dados da Instituição:

1.      Unidade Escolar:
(   ) Pública Estadual              (X) Pública Municipal            (   ) Privada

2.      Tipo:
(   ) Creche período parcial                (   ) Creche período integral               ( X) Escola

3.      Localidade:
(X) Bairro                               (   ) Centro                              (   ) Zona rural

4.      Turnos oferecidos:
(X) Manhã                              (X) Tarde                               (   ) Noite

5.      Horário de funcionamento por turno:

Manhã: 07h30 às 11h30         Tarde: 12h30 às 16h30           Noite: ________________

6.      Número de funcionários entrevistados: 07

7.      Discriminação dos entrevistados:

Diretores (Geral e Adjunto) : 3

Orientador pedagógico: 1

Professor: 3

Atendente de Creche: 0

Secretário de Escola ou Auxiliar: 0

Inspetor de Disciplina: 0

Merendeira: 1

Zelador ou Auxiliar de Serviços Gerais: 0

Estagiário: 0

Outros: ______________

8.      Como você enxerga o papel do Orientador Pedagógico, sob o ponto de vista da relevância para a instituição escolar?

(    ) Indiferente.
(    ) Pouco relevante.
(    ) Importante.
(    ) Necessário e muito relevante.

9.      Como você caracteriza o trabalho do Orientador Pedagógico? Marque as alternativas.

A - (  ) Visa o professor, desenvolvendo-se de maneira direta quando há sua presença através de ações diretas como reuniões, visitas e entrevistas em alguns casos. De maneira indireta através de atividades como realizar estatísticas sobre o rendimento dos alunos, organizar turnos de trabalho e horários para professores, etc.

B - (    ) Colaborador e mediador.

C - (  ) Colaborador da equipe gestora, trabalha em conjunto com a direção da escola.

D - (    ) Tem como objeto de trabalho o aluno.

E - (    ) O objeto de trabalho está relacionado à relação professor-aluno.

F - (    ) Nenhuma das alternativas.
           
10.  Como você pode identificar uma proposta de ação renovadora? Marque as alternativas.

(    ) Trabalhar tendo como base seu próprio desejo.

(    ) Criar formas próprias de conhecimento.

(    ) Ser um facilitador.

(    ) Ter o conhecimento como um dado relativo.

(    ) Trabalhar, buscando criar demandas.

(    ) Produzir modelos de conhecimentos.

(    ) Ser um problematizador.

(    ) Ter o conhecimento como um ato absoluto.




                        Essa entrevista foi realizada numa escola do bairro Alto Independência, periferia de Petrópolis. A pesquisa foi realizada individualmente. As folhas foram distribuídas sem espaço para identificação com a finalidade de não “influenciar” qualquer tipo de resposta, pois imaginei que dessa forma os entrevistados sentir-se-iam mais a vontade para responder aquilo que realmente pensam.
                          Foram feitas três perguntas bem sucintas que visavam identificar, atualmente, o que pensam alguns profissionais da educação sobre o Orientador Pedagógico, seu objeto de trabalho, seu papel, sua função, etc. Durante a conversa, esclareci que as questões estavam direcionadas ao indivíduo OP e não ao profissional atuante na escola.
                        Na questão 8, dos 7 profissionais entrevistados, 3 opinaram por importante, outros 3 por necessário e muito relevante e apenas 1 opinou por indiferente. Na questão 9, seis pessoas responderam as alternativas  B, C, D e E, e, apenas uma idem ao anterior, incluindo a letra A. Na questão 10, a maioria dos entrevistados se mostraram presos às metodologias tradicionais e apenas 2 profissionais conseguiram identificar as ações renovadoras com mais precisão.  










Reportagem sobre atuação do Orientador Educacional, revista Nova Escola. 




http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/orientador-educacional/mediador-escola-427372.shtml







Fontes Bibliográficas:

Medina, Antonia da Silva. Supervisor Escolar: Parceiro Político-Pedagógico do Professor.   

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